Vem com a gente!

Editorial



By  Coletivo Poesia Marginal     17:24:00    Marcadores: 

        Mais do que a Poesia, a Marginalidade vem se destacando como a unidade de conteúdo desse Coletivo. É importante a gente entender que marginalidade absoluta não existe. Tem a mina branca de escola particular que é bi, tem o preto favelado que é hétero. É tudo muito complexo. Eu 'to faz mais de sete mil dias vivendo à margem e 'to ligado que não tem como explicar essa fita, tu só vive e quando tu vir que estão te olhando diferente, vai saber que não pertence ali. Como lidar com isso é você quem decide.
         Essa parada aqui começou assim, aliás. Não tem espaço no mercado editorial para quem não 'tá afim de morrer uma grana só pra ter um livro com selo de editora, mofando numa estante. Não tem espaço pra mim. Ai foi juntando mais uma galera meio parecida e pronto, 'tamo ai. Cada um pensando do seu jeito.
         Tem quem é louco pra chegar "lá", e assim que der salta pr'uma editora. Tem quem não podia se importar menos. E tem quem, se for publicado, vai querer do seu jeito. Não faz questão de caber na editora, se ela quiser que caiba nele, e se não quiser, que publique o décimo autoplágio de Rick Riordans ou Nicholas Sparks da vida. E o respeito é pra todos os pensamentos, porque no fundo, marginalidade é isso, todos juntos, cada qual na sua solidão.
          A marginalidade dos autores começa aí, nas estantes. Depois vai pra gênero, etnia, orientação sexual. Suas práticas religiosas, carnais. Sua questão financeira. E quando o conteúdo não tem origem nessas mentes, não deixa de ser sobre a parte marginal das coisas.Você não vai entrar aqui e encontrar mil resenhas sobre as droga dos livros mais vendidos da Saraiva. Aliás, é bom que fique claro, esse blog não é sobre papel. A gente não tem necessidade de comentar, cheirar ou sortear papel. A gente também não vai fazer o milésimo comentário sobre a obra de Machado de Assis, essa tarefa mega importante deixamos a cargo das Universidades, mas talvez a gente queira falar da necessidade de embranquecer um dos poucos escritores negros que venceram na corrida. Eu poderia dar mil exemplos, mas a síntese do papo é essa e já falei demais. E você, o que pensa? Vem com a gente?

8 comentários:

  1. Olá, tudo bem?
    Infelizmente o mercado editorial é muito fechado. Concordo com você quando diz: "Para se conseguir entrar no mercado editorial/literário tem que se mover muita grana". Não deveria ser assim, deveriam creditar quem de fato tem talento... Mas infelizmente não é assim. Após essa chuva de livros de Youtubers, nada contra, mas fica visível que tudo o que muitas editoras querem é ganhar dinheiro com expectativas no marketing de muitas dessas pessoas.

    Enfim, pense em um assunto que passaria horas comentando...

    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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    1. Sim! Eu estava pensando isso, o mercado literário está se tornado uma espécie de Hollywood, uma pena, em termos.

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  2. Que penso? Uma pergunta que nunca encontro uma resposta, rs, afinal, o que penso se traduz em quando penso, em que momento, em quais circunstâncias. Por exemplo, sobre a poesia e a arte marginais penso muito pouco, não por preconceito ou desgostamento, mas, sim, por pura ignorância, desconhecimento.

    Uma coisa, porém, estou certo: a arte marginal é muito mais subjetiva do que a gente pensa. Um exemplo? Clarice Lispector. Tua literatura, para mim, é marginal; Clarice sempre deu voz ao que nós sempre escondemos: o Eu e sua Estranheza.

    Parabéns, Coletivo! Gostei do editorial!

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    1. Sim, o conceito de literatura marginal é muuuuuito complexo, para o bem e para o mal.

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  3. Olá! Fiquei um bocado "abanada" com o que escreveu... Devo dizer que nunca tinha pensado nesse assunto e parece que me abriu os olhos para algo. Acho que vou passar a seguir o blog pois vi ali mais um ou outro texto que me despertou, igualmente, bastante interesse!

    Pseudo Psicologia Barata

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    1. Fico muito feliz com esse comentário! Prometo que não se arrependerá ;)

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  4. Sinceramente falando, estou que nem a Glória Pires. Isso é, não me sinto em condições de opinar. Eu estou chegando nesse mercado agora e honestamente eu só quero criar meus contos, poemas e poesias para quem quiser ler. Não me importo muito se alguma editora vai me procurar e nem penso em procurá-los. Eu quero estar onde meu leitor tiver, se apenas uma pessoa ler e seguir o meu blog, o conteúdo lá publicado já terá valido a pena. Hoje meu querido amigo e autor Rob Camilotti fez um comentário numa de minhas postagens que dizia que o importante era a qualidade e não quantidade, talvez eu esteja usando a frase dele fora de contexto por ele ter se referido a uma outra situação, mas acho que ela se aplica aqui também. Honestamente falando, pouco me importa com que políticas são regidas as editoras, eu só quero escrever para quem queira ler.

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    1. É uma posição interessante, sem dúvidas, embora eu discorde totalmente, visto que as politicas das editoras influenciam diretamente na medida em que somos lidos.

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